Reflexões Da Madrugada: Col

•23/05/2013 • Deixe um comentário

Ah, a madrugada! O horário mágico onde a criatividade e a introspecção tomam conta.

Muitas vezes levantei às quatro da manhã para escrever.

O que sai nem sempre vale a pena ser mostrado, mas algumas vezes tem uma pérola perdida.

Não me ocorre mais como antes, escrever nesse horário, porém, é capaz que surjam mais alguns textos com essa categoria de Reflexões. De qualquer forma, o texto segue:

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Blood Stained

•20/08/2011 • 1 Comentário

Blood Stained *

Uma vez imerso em problemas, a única coisa que pode-se conseguir é mais problemas. E isso ocorre de forma que se cai numa espiral, decrescente, e vai se afundando no buraco, como se fosse um poço de areia movediça. A única forma de parar esse círculo vicioso é com ajuda externa. Coisa que, na época, eu não tinha o luxo de possuir.

 

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Tântalo

•10/07/2011 • 1 Comentário

Desceram no mesmo ponto, quase que cronometricamente, após a primeira conversa depois do milagre econômico de desembargo. O assunto era bastante trivial, como aliás consegue ocorrer com todas as formas de pisadelas praticadas pelo ser humano em recluso. A diferença era que com aquelas duas almas a coisa tinha tendência a se tornar algo um tanto quanto mais sério – ou simplesmente algo aceitável e que pudesse ser carregado como um fardo que nós esquecemos do destinatário.

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A mulher que se liquefazia

•03/07/2011 • 2 Comentários

Que ela se liquefazia, isto talvez não seja novidade e talvez não cause mais tanto espanto. Esta desmaterialização profana, que se desencadeia por entre os buracos e as arestas, as frestas que deveriam de muito estar tapadas; todo este processo é bem noto pela história seja pela máscara da farsa, da tragédia e, lacônica e detestavelmente, também da comédia.

Nada, porém, do que pôde ser lido em editoriais ou em passadas fugazes pode revelar os bastidores sentimentais, a verdadeira planície povoada de toques e retoques que nenhum destes jornalistas nefastos fez questão de sequer indicar. Conhecia-a o suficiente para sentir e me deixar abalar por seu abalo quando diante das uníssonas nuvens negras no céu unicolor; a tapa, a piada, o riso que afetava a mulher que ela não conheceu mas que amava incondicionalmente; a leve mudança e o leve agitar de sua superfície de seu inteiro quando aquilo acontecia…

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Mlejnas

•16/04/2011 • 3 Comentários

Mlejnas ou Feltro e feltro

(este texto está sujeito a correções, revisões, mutilações e torturas morfossintáticas)

(1) Em Tlon, Uqbar, Orbis Tertius, do livro Ficciones do grão contista argentino Jorge Luís Borges, deparamo-nos com esta frase:

Un solo rasgo memorable: anotaba que la literatura de Uqbar era de carácter fantástico y que sus epopeyas y sus leyendas no se referían jamás a la realidad, sino a las dos regiones imaginarias de Mlejnas y de Tlön…

Da parte onde o narrador, ao lado de Bioy Casares, pasmava-se com as conjecturas até então misteriosas de espelhos bem como dum volume enciclopédico abracadabrante. Deste tênue retalho textual, podemos extrair uma dúvida extremamente pertinente: que é Mlejnas? Tlon conhecemos, pois que o conto se desenrosca a descrever, superficialmente (uma superfície deveras profunda, devo dizer), os hábitos culturais, históricos, sociológicos, antropológicos (etc) do mundo descrito bem como de sua sociedade criadora.

Mas nada disso nos interessa, pois Uqbar, terra que abomina espelhos e a cópula, possui uma literatura que se baseia estritamente em dois mundos – e metade dessa fonte criadora Borges simplesmente alaparda…

O método utilizado para se tentar chegar à resposta será basicamente o que Legrand utilizou-se em The Golden-Bug de Poe (criptografação básica – coloquemos os devidos nomes); as fontes bibliográficas, escassas e embaçadas, serão citadas ao longo do texto.

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A Vida Como A Conhecemos: A Moça e o Rato.

•12/04/2011 • 7 Comentários

Um amigo me indagou sobre o ocorrido, e portanto escrevo aqui estas linhas, para quem quiser saber, ter todos os detalhes que minha mente não apagou. Escrevo no vôo de volta para casa, numa viagem de dez horas sentado num avião na classe econômica, como espaço para os pés faz falta. Divagações à parte, vamos à história:

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A Praia e o Óleo

•18/11/2010 • Deixe um comentário

Título: A Praia e o Óleo

Por: Matheus “Maverick”

 

Choveu. Havia acabado de chover. E a atmosfera do local era úmida. Úmida como se um artista houvesse despejado óleo para dar um brilho à sua tela, pois que tudo reluzia, tudo cintilava, tudo era novo, tudo estava numa sala escura e velha, abafada, poeirenta, chamando a atenção de tudo ao mesmo tempo e de todas as formas. A praia tinha o costume de ter esse aspecto em todos os seus dias, mas era em dias como aquele em que ela envolvia seu espectador com tentáculos frios e precisos e o levava para um local onde a respiração era difícil de ser contida, dando lugar ao suspiro, à exclamação.

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Epifanias Dois

•29/10/2010 • 1 Comentário

O homem hominídeo humano passava caminhava andava arrastava claudicava calmo solene plácido pelo por entre o entulho. Ah, como fedia mal cheirava horrorizava. Anos dias meses horas em seu recinto lugar local morada fechada hermética intrínseca recôndita na selva floresta matagal mata de pedra rocha fragmento terra barro lama poeira. Tudo junto aconchegado sobreposto balburdiado. O cidadão citadino saiu de perto próximo chegado quase vizinho do entulho.

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Singing in the Rain

•28/09/2010 • 2 Comentários

Título: Singing in the Rain
Por: Kami

Notas de rodapé ao final do texto.

Noite chuvosa. Eu estava olhando para a rua da janela do meu escritório, já passavam das dez da noite, e eu só estava esperando minha secretária, Giselda, terminar meus relatórios para poder ir para casa sentar-me em minha poltrona, acender um charuto, tomar um Bourbon, ler um bom livro e ouvir Frank Sinatra.
Ah, Sinatra, existe coisa melhor do que música? Creio que não, e toda vez que eu ouço Frank cantar com aquela voz dele, aquele incrível vozeirão… eu acredito cada vez menos que exista algo melhor do que música. “And more, much more than this, I did it my way”… “New York, New York, I wake up in that city that doesn’t sleeps”, Sublime…

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Epifanias Um

•20/09/2010 • 1 Comentário

19/10/2010

Eu sou o arco-íris que deságua e roça em seu pote, desacordada, soçobrando no meio da planície amassada pelo trote de cascos brandos dum cavalo de mel, aqui e ali, tais pontos no anelado da carcaça apertadinha de uma joaninha. Ela dorme seu sono de eras (Afrodite), em seu leito de velas (Nefertiti), mesmo com o sacolejar do mundo e suas mazelas (Inanna): e tudo do dedo (Nanna) renasce dela. Oblíquo meu cavalo saltitante antíquo e minhas medalhas pululantes translúcidas e encaro antes seu inelutável sonho de enobrecidas letras jactantes e textos e adormecida enaltecida bela, mui, mui bela! E deságuo e deságuo e exânime e frio e calado e deságuo e parado e ambíguo e juntos e deságuo e no coletivo exíguo e curado. Mas, no interior de meus malditos desejos avassaladores, só eu, arrastando, verme corando, mísero, rumo à montanha idiota e besta prado que você, inerte, tinge de eldorado. Selo meus olhos e efêmero me despeço: adeus… chuva… adeus… lua… adeus… estrelas… adeus… aquarela … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …

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